No âmbito desta unidade abordamos o conceito de juro simples e juro composto e a sua dimensão financeira. Existem pessoas cujos rendimentos excedem as suas necessidades de consumo, esses rendimentos são considerados excessos de liquidez, e são depositados em bancos com a finalidade de renderem juros.
Por sua vez, os bancos (sistema financeiro) vão emprestar esse dinheiro acrescido de uma taxa de juro, a outros indivíduos que têm carência de liquidez, a fim destes últimos virem as suas necessidades satisfeitas.
Uma operação financeira envolve pelo menos duas pessoas. O sujeito activo, aquele que cede uma determinada quantia durante um determinado período de tempo e o sujeito passivo, aquele que recebe essa quantia comprometendo-se a devolvê-la posteriormente. O uso de capital alheio implica o pagamento de um juro.
Taxa de juro é a percentagem que se paga ou recebe pelo empréstimo de uma determinada quantia.
Os critérios que presidem à formação de juros variam de acordo com o regime de capitalização adoptado.
Capitalização é o processo através do qual um dado capital produz juros. No processo de capitalização simples o juro produzida é retirado em cada período do processo.
Exemplo de juro simples:
O Pedro pediu ao banco um empréstimo de 21.500€ para aquisição de um carro. O banco fez-lhe um crédito com uma taxa de juro de 2,5% ao ano a pagar em 5 anos.
Para que o Pedro saiba qual o valor do juro a pagar ao banco em cada período de capitalização, terá de multiplicar o capital inicial pela taxa de juro.
JK = Co x i
JK = 21.500 x 2,5%
JK= 430€ - O Pedro vai pagar em cada período de capitalização 430€ em Juros.
Para que o Pedro possa também saber qual o valor pago ao banco no final dos 5 anos, terá que calcular o capital acumulado. Este, engloba o montante do capital inicial mais o valores dos juros acumulados durante o processo de capitalização.
Co = 21.500 Cn = Co (1+nxi)
I = 2,5% Cn = 21.500 (1+5x2,5%)
n = 5 anos Cn = 21.500 (1.125)
Cn = ? Cn = 24.187,50
No final da operação financeira o valor pago ao banco será de 24.187,50€
No regime de capitalização composto o juro produzido em cada momento permanece no processo de capitalização, sendo em cada período calculado o valor do capital acumulado do período anterior, para servir também de base para o cálculo dos juros do valor seguinte.
Exemplo de juro composto:
O Manuel decidiu investir 25.000€ a uma taxa semestral de 4%. A duração da aplicação é de 3 anos. Para determinar o capital acumulado o Manuel terá de calcular o capital inicial à taxa de juro acordada tendo em conta o período de tempo.
Co = 25.000€ Cn = Co (1+i)n
i = 4% semestral Cn = 25.000 (1+2%)6
n = 3anos Cn = 25.000 (1.02)6
Cn = ? Cn = 25.000 (1.126)
Cn = 28.152,50
O capital acumulado é de 28.152,50€ e corresponde ao valor que o Manuel tem a receber no final da operação financeira.
O capital acumulado menos o capital inicial dá-nos o valor total de juros produzidos durante a aplicação financeira.
JK = Cn – Co
JK = 28.152,50 – 25.000
JK = 3.152,50
O Manuel irá receber 3.152,50€ em juros no final da operação financeira.
Para podermos comparar o regime de juro simples com o regime de juro composto devemos ter em conta o capital inicial, a duração da aplicação e a taxa de juro aplicada.
No caso de se adoptar o regime de juro simples com o mesmo capital inicial, a mesma duração da aplicação mas, com uma taxa de juro bastante superior à taxa do regime de juro composto, esta provavelmente irá ser mais rentável.
A informação adquirida durante esta unidade de formação veio ajudar-me a compreender melhor a importância dos juros na nossa sociedade. Através dos conhecimentos expostos pelo Dr. Sérgio Monteiro poderei ficar mais alerta, tendo uma noção mais real de como se processam todos estes cálculos no sistema financeiro.
Neste momento considero-me apta a analisar qualquer proposta no âmbito de juro simples ou composto, tanto a nível pessoal como profissional.
